Ontem fui a um ensaio na quadra de escola de samba. É a segunda vez que faço isso.
Não tenho torcida pra nenhuma em especial, gosto é da festa, da energia que paira no ar, mesmo desajeitadamente dancei, dancei errado, sem ginga mas liguei o botão do foda-se e dancei. Me deixei levar pelo som envolvente da bateria.
Deve ser por isso que a nota 10 nesse quesito é tão comemorado.
Eu não sei direito o enredo que tava rolando, é algo relacionado a uma sensação de patriotismo de ser brasileiro guerreiro, não me agrada essa visão ufanista ainda mais agora com a morte da democracia; mas naquele momento, me deixei levar pela animação dos que estavam ensaiando, na beleza do samba das passistas, cada uma com saltos enormes e mandando muito bem, demonstravam amor e veracidade em suas danças.
Reparei na sutileza do mestre sala e da porta bandeira girando pela quadra, é um momento comovente.

E o batecum da bateria, envolvente que faz até o maior dos roqueiros não resistir e ao menos os dois indicadores e os braços ele irá mexer.
Nesse ensaio eu dancei, observei os posicionamentos, consegui compreender parcialmente os quesitos de harmonia e evolução. Subjetivamente, lembrei de sambas diversos que falam sobre a paixão a uma escola de samba, ao carnaval. Paulinho da Viola, Benito di Paula e Luiz Melodia.
Lembrei da Holly Estácio quando vi as passistas. Lembrei da Eu sou o samba vendo todo o conjunto do ensaio, a origem do samba no Rio de Janeiro e outras músicas dele que falem sobre o carnaval.
Senti uma emoção muito interessante ontem e comecei a entender a dedicação das escolas ao carnaval. A magia que há em construir um enredo, fantasias, danças, melodias e etc. Foi bonito demais!