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Gugu, o homem do seu tempo

Gugu e Mara. Imagem: Moacyr dos Santos/SBT

Gugu foi o símbolo dos anos 90. O rei dos domingos.

Todo mundo com mais de 30 anos passou uns almoços de família assistindo ao seu programa na TV. Interessante pensar que éramos bombardeados com peitos e bundas, na maior naturalidade (uba, uba, uba, hey!), algo que beirava o nonsense mas que fez parte da nossa formação moral naquela época.

Entre erros e acertos é ícone da televisão brasileira e sempre será lembrado na história da comunicação. A despeito das fórmulas apelativas e sensacionalistas na guerra pela audiência, tinha vocação real para ser o que foi, não por menos foi considerado o sucessor natural de Silvio Santos, seu mecenas, que apostou com sucesso as fichas no talento de Gugu.

Gugu foi homem do seu tempo porque foi figura importante na formação da televisão brasileira e curiosamente, quando anunciaram seu acidente, muitas informações desencontradas corriam na internet, inclusive com um anúncio precipitado de sua morte. Foi na TV que obtivemos informações concretas sobre seu quadro e depois da sua passagem; na era da pós-verdade a TV ainda segue sendo o meio de comunicação de credibilidade, que chancela se uma notícia é fato ou se é fake.

Sua passagem repentina e trágica nos assusta e nos faz pensar, que nossa vida é um presente efêmero, uma vela acesa que no vento mais forte pode ser apagada. Temos que viver sem adiar tanto as coisas, sem fazer muitos planos a longo prazo, uma hora estamos aqui, no instante seguinte podemos não estar mais…

O homem da TV recebeu a justa homenagem do meio que o forjou.
Obrigada por sua existência, vai na paz Gugu!

Por Astrovalda Junqueira

Ghost Writter, "Literateuta"
"Escrever para não enlouquecer, novo bálsamo à alma"