São Paulo, fevereiro de 2021.
Dia 350 da Trezentena.
A situação do país vai de mal a pior. Mais de 250 mil mortos pela Covid e a esta altura está comprovado que o número de mortes elevadas e toda a “desorganização logística” para garantir insumos hospitalares e vacinas pelo SUS, são um projeto de extermínio promovido pelo desgoverno federal.
Espero estar viva pra ver esse desgraçado que infecta o Planalto preso e julgado em Haia. Que apodreça na cadeia!
Aqui em SP Dória Escroque, o ladrão de sorrisos, fez um acordo com o coronga. Disse pra ele parar de frequentar os pancadões porque isso é coisa de pobre! Então os fluxos que acontecem no meu bairro e em outras periferias, das 23h às 5h, estarão imunes ao vírus.
A esta altura, tá todo mundo de saco cheio, falido e fodido por um ano de Quarentena; e a gente que ainda pode se dar ao luxo de trabalhar em casa, usa máscara, 10 litros de álcool 70° em cada coisa que faz e se sente extremamente idiota por fazer tudo isso.
Esses dias todos fui obrigada a sair passei pelo centro da cidade e avenida Paulista. São Paulo está com uma atmosfera triste. Parece um Apocalipse zumbi: milhares de estabelecimentos comerciais com placas pra alugar e vender, moradores de rua e pedintes nas catracas do metrô, nas escadas das estações, dentro dos trens, nos faróis e quem não quer se tornar mais um pedinte, vira marreteiro.
É o empreendedorismo do século XXI, eles disseram.
Fora a situação estética de abandono: sujeira, ruas esburacadas e um silêncio assustador em lugares que antes eram cheios de burburinhos na hora do almoço.
Tanta morte evitável e tanta desorganização logística também evitável e ainda vai piorar… Porque no Brazil, o fundo do poço é só uma etapa pra descer ainda mais baixo.
Desculpe a falta de decoro neste texto leitor ou leitora, mas estou realmente muito puta. É isso mesmo! Muito puta! Tá tudo errado nesse país e eu realmente não sei mais o que pensar e esperar desse lugar.
Só sei que na hora que o couro comer eu quero estar do lado de quem vai jogar os coquetéis molotov.
Luto pelas 250 mil vítimas da Covid!