*O Reflexões Escritas está participando da Blogagem Coletiva, projeto de escrita promovido pelo grupo Unidos do BlogaWeb, que é uma rede social que tem por finalidade divulgar os trabalhos e conectar os blogueiros. Os blogs participantes irão escrever textos sobre um tema específico e o tema escolhido para esse mês é
“A criança que eu era se orgulharia do adulto que me tornei?”Após essa leitura, apóie nosso trabalho, visite nossos blogs! Boa leitura!
Era uma vez uma menina de 6 anos de idade. Com duas tranças que separavam os cabelos ao meio, tinha os dentes de leite abertos, muito meiga, sonhadora e tímida.
Brincava de fazer show imitando as apresentadoras infantis, em especial a Xuxa. Colocava na cabeça lençóis para fazer cabelos longos. Brincava como uma criança do início dos anos 90, mas não era muito rueira porque sua mãe sempre foi muito preocupada com os perigos da porta de casa pra fora.
Uma menina de sorte e bem criada nunca passou necessidade, seus pais criaram a ela e seus irmãos com muito carinho e esforço. Praticamente uma família de comercial de margarina, unidos e na maioria das vezes felizes
Apesar disso ela era muito complexada, por ser tímida não era popular e na adolescência não era requisitada pelas paixões juvenis, geralmente gostava em silêncio. Por muitos anos teve cisma com seu cabelo crespo, que nessa época ficava sempre preso, até alisou pra ficar “bom” e depois cortou bem curto.
Também se importava com o que os outros pensavam dela queria agradar a todos, ser aceita. Nem que pra isso suprimisse sua individualidade.
E assim passaram os anos; ela aprendeu a duras penas que nem todas as pessoas são legais e sinceras e que existem pessoas ruins que querem mais receber do que doar.
Já traiu, foi traída, preterida; chorou e sofreu muito por todas essas coisas, mas saiu fortalecida depois que percebeu que tudo isso também é parte da vida.
Aos 6 anos achava que aos 18 moraria sozinha, aos 18 achava que com 30 teria uma casa, um carro, estaria formada e bem sucedida.
Aos 34 ainda não se formou, tem um filho e mora com os pais. Pra não dizer que não tem nada, paga um carro a prestação. Podia ser melhor? Podia…
Teve fortes crises existenciais quando chegou aos trinta, sentindo se um fracasso completo. Trabalhar em algo que paga as contas, mas não gosta do que faz, o importante é garantir um salário pra subsistir.
Suas ilusões foram destruídas pela realidade e pelas decepções, por isso seu coração é calcificado e tem certa dificuldade de praticar a alteridade e a empatia. Tantos são os que querem tirar vantagem do seu trabalho que por isso ela ficou assim e não é qualquer história que a comove.
Em sua visão, as pessoas estão cada dia mais selvagens e oportunistas.
Ela sabe que isso é muito ruim e por isso está tentando resgatar em si um pouco de humanidade.
Para suportar o fardo do seu trabalho faz música, escreve e também faz política. Essas coisas fazem com que ela se sinta viva e trinquem o cálcio que envolveu seu coração.
Por não ser mais jovem o tempo começa a ficar curto pra botar as coisas no lugar. Ao mesmo tempo que hoje entende, que tudo o que passou foi necessário para adquirir experiência e amadurecimento.
Talvez a menina de 6 anos se orgulhe disso e a absolva pelos erros cometidos.
Confira os outros blogs participantes nos links abaixo
- O meu eu do passado se orgulharia de mim hoje? (Reflexão) – Relatos de um Garoto de Outro planeta
- A criança que eu era se orgulharia do adulto que me tornei? – Mundo da Nak
- Orgulho do adulto que sou – 7Smiles
- A criança que eu era se orgulharia do adulto que sou? – Lendas e Poesias
- 28 anos depois: a pequena Thayama estaria orgulhosa de onde chegou? – Thayama Matos
- Meu antigo eu teria orgulho de mim? – Mãe ao cubo
- A criança que eu era se orgulharia do adulto que me tornei? – O instável Mundo da Juh
- De volta ao meu antigo eu – Minha Vida em Quatro Atos
- Seria o nerd de hoje o adulto que se recusou a crescer – Minha Vida Geek
- A criança que eu era se orgulharia do adulto que me tornei? – Escritas Domésticas
- Projeto dear old me – Not to Disappear
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