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Os discos da minha vida II

Disco 2: Alucinação – Belchior

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Capa do disco Alucinação

Esse disco sem dúvida é a maior obra de Antonio Carlos Belchior Fontenelle – Belchior. Lançado em 1976, na mesma época do Falso Brilhante de Elis Regina, que gravou duas músicas essenciais para o despontar de Belchior ao sucesso: Como nossos pais e Velha roupa colorida.

Particularmente à versão da Elis, que virou a dona da música com sua interpretação impecável, gosto mais da versão de Belchior. É uma interpretação diferente, num primeiro momento o ouvido pode não gostar, mas paciência é fundamental para apreciar a versão original.

Ouso dizer que o período em que ele escreveu e gravou as músicas, seu contexto era de ter recém passado pelo abandono social e muito desiludido com tudo do mundo naquele momento, a verdade que os críticos musicais tanto falam estava escancarada, como em Sujeito de Sorte “Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro.”, Alucinação “A minha alucinação é suportar o dia a dia, e o meu delírio é a experiência com coisas reais.” e Fotografia 3×4 “A minha história é talvez igual a tua, jovem que desceu do Norte, que no Sul dormiu na rua”.

Coincidentemente ou não, também me sentia abandonada no amor, relacionamento passando por crises, traições, a tentativa de recuperar o irrecuperável quando ouvi pela primeira vez o disco.

Peguei aleatoriamente e botei na vitrola pra rodar, enquanto eu fumava um cigarro num longínquo dia de 2006. Senti o impacto das letras das canções, soou cru para mim, embora eu não conseguisse denominar assim na primeira vez que ouvi, percebi que era diferente e que só fazia conta da Medo de Avião e da figura peculiar que vi entrar no palco do festival do shopping, mas que não liguei pois só tinha 15 anos. Se eu soubesse, eu teria parado para assistir ao seu show…

A partir desta obra comecei a ouvir mais o cantor e foi a melhor coisa que descobri, inclusive quando eu canto suas músicas, a verdade é latente quem o ouve também consegue sentir. Belchior era um filósofo de alma, vai figurar outras vezes nessa lista, mergulhe em sua obra e tente decifrar a sua intensidade e profundidade.

Por Astrovalda Junqueira

Ghost Writter, "Literateuta"
"Escrever para não enlouquecer, novo bálsamo à alma"

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