*O Reflexões Escritas está participando da Blogagem Coletiva, projeto de escrita promovido pelo grupo Unidos do BlogaWeb, que é uma rede social que tem por finalidade divulgar os trabalhos e conectar os blogueiros. Os blogs participantes irão escrever textos sobre um tema específico e o tema escolhido para esse mês é
“Tribos Urbanas“
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Dia 09/06/2019 estreou a novela “A outra face do espelho”, ela tem a peculiaridade de ser escrita e dirigida por jornalistas, dentre eles um com prêmio Pulitzer.
Como não foi feita pela Vênus Platinada, o primeiro capítulo saiu na internet no domingo à noite e causou muito furor, deu nota até no Fantástico!
A história é sobre uma equipe de procuradores e magistrados que começa a combater a corrupção na política com A Operação, mas no meio do caminho, se perdem do objetivo inicial e uma rede de poder, intrigas e tráfico de influência domina as investigações, tornando-as suspeitas e parciais e isso respinga diretamente na imagem do juíz que posa de super herói nas fotos (olhar distante como se olhasse o horizonte e o futuro, postura ereta como se fosse o Superman) e do procurador do Ministério Público que coordena as investigações (este se apresenta como o jovem promissor de caráter ilibado, inquestionável inclusive porque ele é crente e fez jejum pra livrar o país “das garras da corrupção”)
A novela é baseada em fatos reais. Na história a operação entra em descrédito, porque são vazados documentos, mensagens e áudios que comprovam que o juíz e os acusadores atuavam em conluio tentando ajustar os supostos criminosos às leis e não o contrário, como preza o Direito. Isso gerou furor na opinião pública, que se fragmenta desde 2013 e houve defesas apaixonadas tanto da torcida dos coxinhas quanto da torcida dos mortadelas.
Os coxinhas alegam que é uma farsa, fabricada para confundir a opinião pública e que parte dos poderes está corrompido e os alvos de vazamentos foram vítimas de armação, “foram hackers que querem 5 minutos de fama e inventaram conversas comprometedoras”. Os mortadelas por sua vez, dizem que tais vazamentos só corroboram a tese de que o país está sob golpe judicial-legislativo desde 2016 e que todos os acusados devem ter seus processos anulados. Dentre os processados e presos pela Operação há um especial: O Líder, mentor intelectual e político dos mortadelas que foi preso e acusado num inquérito com provas frágeis e questionáveis.
Tanto coxinhas, quanto mortadelas fizeram manifestações sentidas de suas convicções nas ruas e na internet e, todos aguardam eletrizados os próximos capítulos que virão. O enredo é de tirar o fôlego! Ninguém sabe ainda o desenrolar das histórias, principalmente do juíz e do Líder; fato é que a ficção virou realidade e ambas torcidas já foram e irão novamente às ruas pra defenderem seus personagens, de acordo com suas convicções pessoais.
A novela gerou comoção nacional e #somostodosraquel #freerutinha são algumas das hashtags ululantes, nos trends do Twitter. Já virou guerra de tribos e como disse Maquiavel, as paixões impedem as pessoas de analisarem com clareza os fatos. As brigas nas redes e o distanciamento de pessoas na vida real contribuem para o acirramento dos ânimos. Amizades, namoros e laços familiares são feitos e desfeitos de acordo com o posicionamento, coxinha não se mistura com mortadela e vice versa.
Os coxinhas, de acordo com a lenda urbana, possuem essa alcunha por causa da gíria coxinha, dada aos PMs que ganhavam o quitute em troca de proteção às padarias. Eles podem ser identificados através de adereços de cores verde e amarela, camisa canarinha da CBF e alguma #somostodos[insira o nome de alguém aqui]. Defendem o nacionalismo populista e contraditoriamente o Estado mínimo, disseram que não tinham bandidos de estimação e depreciavam os mortadelas por seguirem O Líder, mas têm sobre eles a figura do super herói tupiniquim, o cara da capa preta que “por seus serviços inestimáveis ao país é promovido a ministro da justiça” e por ele irão às ruas manifestar; nas redes sociais utilizam orquestradamente os mesmos argumentos: sobre fórum de São Paulo, “é a minha opinião!”, moluscos, mitos, aceita que dói menos, “chola mais” e outras variações. Parte desse grupo segue um charlatão que ora é astrólogo, ora é filósofo, dos que não o seguem, alguns acreditam na terra plana e no movimento antivacinas e procuram reinventar a roda, entre outras coisas. Têm estereótipos de casal Barbie e Ken, “cidadãos de bem” e do capitão do mato que defende seu algoz.
Os mortadelas, de acordo com a lenda urbana, recebem R$30 e um X-greve (pão com mortadela) para comparecerem as manifestações, esse grupo é muito heterogêneo se comparado aos coxinhas, há desde intelectuais a lacradores, marxistas e trotskistas, esquerda cirandeira e liberal, progressistas moderados, burocratas sindicais e etc, todos no mesmo balaio. Geralmente usam adereços e camisas vermelhas e têm os estereótipos de homens barbudos, “bixas periféricas” e mulheres barbadas. Parte dessa tribo segue cegamente o Líder preso, uma outra parte defende o Estado forte e robusto rumo a quinta internacional e a superação das classes. Nas redes sociais alguns mais exaltados e sem base utilizam os seguintes argumentos “apaga que dá tempo, estude mais, melhore, atura ou surta” vai ter [insira a reivindicação aqui] sim e se não gostar vai ter mais… Outra parte desse grupo procura argumentar usando estudos, reportagens para embasar sua opinião.
A novela é recente e ninguém sabe quantos capítulos ela terá, somente os diretores sabem. O lance é estourar a pipoca pra acompanhar as cenas dos próximos capítulos!
b>Gostou? Não se esqueça de conferir também os textos dos outros participantes:
- Uma história de diversidade – My 7Smiles by Sara Hilário
- Qual a sua tribo? – Mãe ao Cubo
- A diversidade das tribos urbanas – Relatos de um Garoto de Outro Planeta
- A onda do momento – Reflexões Escritas
- Moda tribos urbanas – Lendas e Poesias
- Diversidade – Nak Magalhães
- As tribos do universo Geek – Minha Vida Geek
- Tribos urbanas – Devaneios de Miss L
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